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quarta-feira, 29 de maio de 2013

A nova ordem mundial (O mundo multipolar)

Aqui no blog já falamos sobre os sistemas políticos e seus modos de produção e apontamos uma divisão do mundo entre países capitalistas e países socialistas.
Vários países, durante o século XX, tornaram-se socialistas. O primeiro deles, a Rússia, em 1917, fez a sua Revolução Socialista e, posteriormente,em 1922, agregou-se a vários países vizinhos, criando a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), com uma área bastante extensa e de grandes riquezas naturais, além de uma indústria de base de certo porte.
Por outro lado, os países capitalistas continuaram sua marcha para a expansão cada vez maior do capitalismo.
Até a Segunda Guerra Mundial, os países que se destacavam pelo poderio econômico eram os europeus; porém, até porque a Europa foi o principal cenário da guerra, a maior parte deles acabou arrasada e precisando se reestruturar. Dos países capitalistas ricos, aquele que me nos sofreu os impactos da guerra foram os Estados Unidos – ao contrário, eles fortaleceram sua posição, criando linhas de crédito tanto para a Europa quanto para o Japão.
Na verdade, ao final da guerra, dois países tinham enorme poder econômico: Estados Unidos e União Soviética. Mais ainda: cada um deles representava uma ideologia, eram antagônicos entre si e ambos lutavam pela mundialização de seu modo de produção.
Esse é o contexto conhecido como Guerra Fria – a luta política, ideológica, econômica e estratégica entre capitalistas, liderados pelos Estados Unidos, e socialistas, liderados pela União Soviética.
Por outro lado, também apontamos que esse período histórico começa a ser superado na década de 80.
O que aconteceu? Quais os fatores que produziram esse novo momento? E quais suas consequências?

O mundo bipolar


Durante a Guerra Fria, que caracterizou o período do pós-Segunda Guerra até o final da década de 80, o mundo viveu um período conhecido como de bipolaridade, ou seja, as relações econômicas entre os países do mundo estavam vinculadas a dois polos: o capitalismo e o socialismo.
Durante esse período, muitos acontecimentos estiveram ligados à Guerra Fria: a Guerra do Vietnã, a instalação de mísseis nucleares soviéticos em Cuba, a divisão entre Europa Ocidental e Europa Oriental, a corrida armamentista nuclear, a corrida espacial, a formação da aliança militar do Ocidente (Otan), a formação da aliança militar do leste (Pacto de Varsóvia) etc.
De certa forma, todos os países, durante esse período, eram envolvidos na “onda” da Guerra Fria. O próprio Brasil passou por um longo período de ditadura militar (golpe de Estado dado pelos militares com total apoio dos norte-americanos, em 1964), expressão do antagonismo em nosso país.
Essa luta ideológica (socialismo x capitalismo) durou até o início dos anos 90. Particularmente, desde 1986, na União Soviética, uma mudança na política econômica socialista (a perestroika, lembra-se?) passou a orientar e a sugestionar outros países para que também mudassem.
 
 
 
 
 
 
 
 
As mudanças
Na União Soviética, a política do presidente Mikhail Gorbatchov, conhecida como glasnost (transparência política) e perestroika (reestruturação econômica), passou a conduzir a economia socialista no caminho da economia de mercado (capitalista). Entre outras coisas, o governo soviético passou a aceitar pequenas propriedades privadas, empréstimos do Banco Mundial e do FMI e a entrada de multinacionais em seu território.
Todos esses passos conduziram, de forma rápida, o retorno do capitalismo à União Soviética (bem como destruíram todas as conquistas do processo revolucionário que levou a Rússia a formar o primeiro Estado operário da história).
Um outro passo importante nesse sentido foi a desagregação geopolítica da URSS. Em 1991, a então URSS começa a se esfacelar, já que as Repúblicas que faziam parte dela reivindicam sua autonomia.
Formam, agora, 15 países, dos quais 12 se uniram economicamente formando um bloco denominado CEI (Comunidade dos Estados Independentes) – ficando de fora as três repúblicas bálticas: Letônia, Estônia e Lituânia.
Portanto, nos anos 90, quando o mundo socialista sofreu esse impacto, selou-se o fim da Guerra Fria e da bipolaridade, já que ela não se sustentava mais.
No entanto, a economia mundial prossegue – o que significa dizer que o mundo pós-Guerra Fria se reorganiza política e economicamente. Essa reorganização passa a se chamar Nova Ordem Mundial.

A Nova Ordem Mundial

 
Então, dá para perceber que o mundo se tornou multipolar e o que vale é a capacidade econômica dos países, ou seja, disponibilidade de capitais, avanço tecnológico, qualificação de mão de obra, nível de produtividade etc. Assim se caracteriza a Nova Ordem Mundial.
As relações econômicas entre os países têm se acentua do para manter ou ganhar novos mercados e os competidores precisam garantir isso por meio de acordos com seus parceiros comerciais – multiplicam-se os blocos econômicos. Mais uma vez, são os países mais ricos que dividem o mundo econômico entre si, graças a todas as dependências das economias mais frágeis.
Isso tudo tem significado também muito sacrifício por parte dos trabalhadores de todo o mundo: o desemprego tem aumentado a níveis alarmantes, as relações trabalhistas têm sofrido grandes golpes e surgem as “novas” formas de relação com o trabalho.
São esses novos padrões de “poder” e influência no mundo que explicam a emergência recente do Japão e da Alemanha à posição de grandes potências e, ao mesmo tempo, a decadência da Rússia.
A China tem “luz própria”, ou seja, possui a maior população do planeta e, portanto, um gigantesco mercado consumidor potencial: além de numerosa mão de obra barata, oferece facilidades para atração de capitais estrangeiros. Por isso, é a economia que mais cresce no mundo atualmente.
Assim, de longe, os países mais poderosos do mundo de hoje são os EUA, Japão e a Alemanha, em torno dos quais vários outros países ainda devem orbitar por muito tempo.
Um outro elemento que ganha expressão com esse pro cesso multipolar são as crises mundiais próprias do capitalismo. Ou seja, com a economia mundializada, a possibilidade de crise cresce.
Somente nesse período (pós-90), a crise do capitalismo já atingiu o México, países do grupo dos Tigres Asiáticos, a Rússia, o Japão e até o Brasil.    

 

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